terça-feira, 2 de julho de 2013 | By: Cinthya Bretas

QUEBRANDO O VASO



Então você percebeu que o amor tem lhe custado caro? De repente, se deu conta de que este amor que tanto prezou e protegeu se transformou numa armadilha. 
Pois é, abriu mão de tanta coisa por este ideal não foi?
 Investiu tanto que, por vezes, esqueceu-se de si para dar manutenção a algo que agora é somente origem de sofrimento, ansiedade e medo.
Apesar da dor, do apego e da crença de que algo mágico vai acontecer e tudo vai se ajustar , se apercebe repentinamente de que tudo o que se tem em mente é somente uma constatação, de que o que restou foi o desapontamento e o sentimento de tempo perdido.
Perdeu-se um precioso tempo de vida persistindo tanto tempo. 
Todos os sinais estavam à vista, claros, se acumulando, enquanto cumulava-se de perdões o que não merecia mais  ser perdoado. Inventando desculpas, dando a outra face. Tentando a tolerância e a fé até o fim.Um engano.
Em parte culpa  desta  estranha crença de que nosso desmedido amor poderia "salvar" ao outro.
Agora, como na parábola budista, você esta diante de um problema: Como desenredar-se de alguém a quem se atou com os fios de aço da ilusão?
E o apego? E a maldita sensação de que, se fosse dada ainda outra chance­­- a última -,você promete a si mesmo, ainda poderia ser possível. Sem falar na construção infindável de álibis, na transferência da culpa para tudo e todos menos àquela pessoa que simplesmente falseia, não corresponde, não evolui. Absolutamente não está a altura de ser o que nossos olhos preferiam ver.

“Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado – mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto. Seja como for, é necessário eliminá-lo”, assim diz a parábola do vaso.

Portanto, chegou a hora de extirpá-lo como agente destrutivo que é em nossas vidas. Uma chaga que cresceu e se espalhou interrompendo nosso caminho, destruindo tudo o que tentamos erigir de bom.
Agora não cabe mais piedade ou suposições numa inocência que nunca houve.   Somente cabe uma única ação. Exorcizar este que  permitimos, lentamente sugar nossa alma , nos levando os melhores anos de nossas vidas, afastando de nós as mais almejadas realizações e junto com ela esta devoção estranha que nos prendeu por tanto tempo. Não há mais como mentir, não há como se enganar nem mais um dia.
Mas, antes de quebrar o vaso e a flor e destruir  assim peremptoriamente aquilo que causa dor, pare. Pare! Com a espada erguida ainda e se faça uma única pergunta. A pergunta que desvia seu olhar definitivamente da trilha do outro que você seguia cega e ardentemente. Faça a pergunta  que desvenda o mistério das origens de todas as outras dores em sua vida da qual esta, foi apenas uma singela atualização.
Pergunte: Porque eu permiti?

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